A diretoria da Abecs, associação que representa as empresas do setor de meios eletrônicos de pagamento, definiu na última semana por aumentar para R$ 200 o limite de compra por meio da modalidade de pagamento por aproximação (via cartão) sem a necessidade de digitar senha. Até então, o teto para esse tipo de transação era de R$ 50.

Segundo a entidade, a mudança vem para atender a crescente demanda por essa categoria de pagamento, que movimentou R$ 22,7 bilhões de janeiro a setembro de 2020, um crescimento de 478% em comparação ao mesmo período do ano passado. A expectativa da Abecs é que, em todo o ano de 2020, o pagamento por aproximação registre em torno de R$ 40 bilhões em transações.

Além do comércio em geral, a modalidade vem sendo implantada em outros segmentos, como o transporte público e também em praças de pedágio. A compra por aproximação possui diversas camadas de segurança, assim como uma transação com chip, incluindo a adoção do padrão internacional EMV, que inviabiliza o uso de dados para clonagem e demais fraudes.

Além disso, com esse ajuste no limite, a modalidade passa a englobar os valores gastos em 80% de todas as transações feitas com cartões.

Pandemia da COVID-19 impulsionou a modalidade

Além de oferecer mais conveniência e agilidade para consumidores e comércios, a inovação tem sido vista como uma alternativa segura de transação durante a pandemia do novo coronavírus, uma vez que o pagamento é realizado sem que haja contato físico com a máquina de cartão. Para concluir a compra, basta o cliente aproximar seu dispositivo (cartão, celular, relógio, pulseira, entre outros) do terminal, ambos equipados com a tecnologia NFC (Near Field Communication).

Dados recentes da Visa apontam que, em setembro de 2020, o cartão foi o meio mais usado com a tecnologia de pagamento por aproximação. Segundo a administradora de cartões, a popularização da tecnologia se deve muito pelo movimento de toda a indústria, com emissores dando preferência por cartões com a tecnologia NFC e com a chegada da inovação nos transportes públicos do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Ainda em setembro deste ano, os segmentos que mais registraram transações por aproximação foram, nesta ordem: supermercados, restaurantes Fast Food, postos de gasolina, lojas de conveniência, padarias e farmácias. Na comparação entre o primeiro e o terceiro trimestres de 2020, os segmentos que tiveram o maior crescimento no número de transações por aproximação foram as lojas de departamentos e atacados.

“Há tempos já conversávamos sobre o limite de compra por aproximação e defendíamos esse aumento, que traz muita conveniência. Com a pandemia, vimos uma redefinição de valores e hábitos de consumo, e muitos passaram a adotar o pagamento por aproximação, acelerando um movimento que já era visível nos últimos anos”, afirmou Percival Jatobá, vice-presidente de Solução e Inovação da Visa.

Para o executivo, a crise moldou a necessidade de buscar por experiências higiênicas, e os meios de pagamentos digitais são aliados na troca ao manuseio do dinheiro em papel. “Transações via e-commerce ou apps e tecnologias que permitem o pagamento por aproximação tem se mostrado como uma alternativa interessante para as pessoas, que passam a ver ainda mais valor com o aumento do limite por não precisar usar a senha”, comentou.