Seis a cada 10 pessoas com mais de 50 anos usaram mais o celular desde o começo da pandemia do novo Coronavírus em comparação do que faziam antes e uma a cada quatro, passou a usar mais serviços de delivery e quase um terço do total fez mais compras online. Essas são somente algumas das descobertas da pesquisa “50+: novos tempos, novos hábitos”, realizada pelo Agibank em parceria com a empresa de pesquisas Núcleo 60+, que estuda o hábito das pessoas maduras.

Os usuários de serviços financeiros do grupo 50+ passaram a acessar mais os canais baseados em dispositivos móveis (32%) e no computador (27%). Os dados são da pesquisa feita fintech Agibank, em parceria com a consultoria Núcleo 60+, sobre os hábitos dos brasileiros acima dos 50 anos.

O estudo do Agibank, banco digital especializado no público 50+, entrevistou 1.464 pessoas no país, entre setembro e outubro, e as separou em dois segmentos, um na faixa de 30 a 49 anos, como grupo de controle, e o restante como principal. Foram 468 participantes na faixa de controle e 1.006 na amostra principal.

70% pararam ou reduziram a ida a agências bancárias

O levantamento detectou também que 60% dos entrevistados declararam ter passado a usar mais o celular desde o início do isolamento social. E 70% desse grupo parou de usar ou passou a frequentar menos as agências bancárias.

O líder de marketing do Agibank, Saulo Barbosa, disse ao jornal Valor Econômico, que os 50+ são o grupo que mais cresce e vai seguir crescendo no Brasil — hoje são 54 milhões e, até 2050, devem chegar a 98 milhões de pessoas. “Os resultados validam a percepção da fintech que os mais velhos não excluem o espaço físico. O grupo 50+ pode estar momentaneamente afastado, mas não vai excluir a agência física” após a pandemia.

Agibank vai expandir rede física

Para Barbosa, os resultados reforçam a aposta da estratégia do Agibank que, na contramão dos grandes bancos de varejo, pretende abrir ainda mais endereços físicos no próximo ano. “Olhando o futuro, os 50+ estão falando: ‘posso estar me cuidando agora na pandemia, mas não quero abrir mão de ter um atendimento pessoal e personalizado”, assinala o executivo. O Agibank terá uma rede de 700 lojas neste ano e quer abrir mais 90 em 2021.

“A pesquisa mostra ainda que, apesar de valorizar o atendimento físico, a pandemia também trouxe uma aceleração de hábitos digitais. Tanto que os mais velhos apontaram o aplicativo do banco no celular como principal canal de atendimento, com 22% da preferência. Na sequência, aparece o caixa eletrônico, com 17% dos consultados, contra 8% na faixa entre 30 e 49 anos. Depois, ainda aparecem os serviços bancários na lotérica, com 14%,” relata matéria do Valor.

Ainda que estejamos em 2020, informa o blog do Agibank, em um cenário de rápida adoção das ferramentas e dos canais digitais por todos os públicos, engana-se quem pensa que depois da pandemia tudo deve seguir assim. Na verdade, o que os pesquisadores entendem é que cada vez mais haverá uma complementariedade de canais, com as pessoas usando ora os serviços presenciais, ora os digitais.

Cartões de débito e de crédito são os mais usados

Outro dado do estudo que reforça essa tese é que, mesmo que as compras online e por delivery tenham aumentado, 41% das pessoas com mais de 50 anos seguem comprando presencialmente da mesma forma como faziam antes. O cartão de débito ou crédito também aparece como a forma mais usada por todas as faixas etárias. Mas o uso entre os 50+ é quase o dobro dos mais jovens. Enquanto 52% dos maduros usam o cartão para movimentações financeiras, somente 36% dos mais jovens utilizam. E o dinheiro físico também segue importante: pouco mais de um quarto dos 50+ costumam sacar toda a renda para usar o dinheiro em espécie ao longo do mês. Por isso também, entre as pessoas com as menores faixas de renda, as casas lotéricas são um importante canal de atendimento financeiro, assim como o saque em espécie.

Por Edilma Rodrigues